
Mascote
O mascote do Aymoré é um Índio Botocudo, da Tribo dos Aimorés, que habitavam a região no passado.

Os Botocudos eram numerosos na época das primeiras incursões do homem branco, distribuindo-se pelo sul da Bahia e região do Vale do Rio Doce, incluindo o norte do Espírito Santo e Minas Gerais.
A denominação "Botocudo" vêm dos botoques, que eram discos brancos, geralmente feitos com a madeira leve da barriguda (Bombax ventricosa), secados ao fogo, de diâmetro variável, chegando a até 12 centímetros. Esses acessórios, fixados nos lóbulos das orelhas e nos lábios, conferiam aos indígenas uma aparência particularmente assustadora.
... O Índio Botocudo do Aymoré ganhou uma nova versão em comemoração dos 90 anos do Clube, em 2018.

HISTÓRIA
Os chamados botocudos eram considerados muito agressivos e sofreram perseguição implacável pelo homem branco, desde a sua chegada, no século XVI, até o início do século XX.
Alguns grupos sobreviveram até o século XX nas matas localizadas entre o rio Jequitinhonha e o vale do rio Doce, nos Estados da Bahia, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Os remanescentes dos grupos que viviam nos rios Mucuri e Jequitinhonha foram reunidos na missão de Itambacuri, em Minas Gerais, onde desapareceram. Os grupos do rio Doce, destituídos de suas terras e aculturados em 1911, foram recolhidos a postos situados no Espírito Santo e em Minas Gerais. Os botocudos são também chamados aimorés, boruns ou guerens.
A Coroa Imperial iniciou uma catequese dos brávios de Minas e quando os tinha mansos, iniciou um processo de extermínio e genocídio sem precedentes na história do Brasil, culminando com o extinção quase que completo dessa nação indígena.
Grandes corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Sempre foram vizinhos temidos. Antes do descobrimento do Brasil, haviam desalojado os tupiniquins de suas terras ao Sul da Bahia. O contato com os brancos nem sempre lhes foi vantajoso. Aprenderam, por exemplo, a lavrar a terra, mas também aprenderam a fumar e tornaram-se bebedores habituais de aguardente.

DESCRIÇÃO E COSTUMES
A menção do seu nome e a conotação de que seus botoques ´desfiguravam o rosto´ despertaram, na mente do colonizador português, imagem de fealdade e inimizade, num estereótipo não coincide com as descrições. Já no século XVI eram considerados maiores e mais robustos que os outros. Mas os estudiosos os apresentaram como fortes, ora como musculosos, ora como bem conformados, geralmente baixos, de caixa torácica larga e achatada na parte anterior, tronco alongado, mãos e pés pequenos, pernas finas e pescoço curto. O crânio do homem apresentava uma fronte baixa e às vezes bastante inclinada para trás, o occiptal deprimido e as têmporas ligeiramente conexas.
- Observou-se também que sua altura era mediana e não baixa, como se dizia, o que parece mais com a realidade. O príncipe Maximiliano de Wied os considera "mais bonitos que os demais" e Saint-Hilaire afirma que se esquece sua feiúra "por uma fisionomia mais franca" (que a dos índios das outras tribos) e um "ar de alegria". Têm pés delicados, mãos fortes e são espadaúdos. Não há acordo, também, quanto à cor. Uns os declararam canela-claro; outros, amarelo para o pardo, em virtude do "sol e da sujeira". As orelhas e os lábios inferiores são deformados pelos botoques, discos brancos feitos, em geral, de madeira leve da barriguda (Bombaxventricosa), secados ao fogo, de tamanho variado, chegando até 12 centímetros. Andam geralmente nus, sendo que alguns homens usam estojo peniano de folhas trançadas de issara a que dão o nome de gincann.
- As casas, devido às constantes caminhadas dos membros da tribo, eram de rápida feitura, em geral folhas de palmeiras encostadas aos pares, onde os poucos utensílios domésticos (vasilhas de taquaraçu para água ou cachaça) ficavam ao chão, onde também dormiam.
- A família era poligâmica. O casamento resultava da vontade dos cônjuges e de seus pais, independente de cerimônia. Acabava-se facilmente. As mulheres e os filhos trabalhavam arduamente e obedeciam ao marido e ao pai. Além da coleta e da pesca, competia à mulher a construção da choça e o transporte de volumes, inclusive os filhos pequenos, carregados às costas ou pelas mãos. Quanto à religião, não há muitos registros sobre os seus sistemas de crenças. Havia entre eles um exorcismo para afastar dos mortos os demônios (pequenos e grandes) com fogueiras acesas perto do túmulo, geralmente por parentes. A lua era venerada como Iam.
Até meados do século XIX, foram exclusivamente caçadores, competindo a pesca e coleta às mulheres e crianças. No século XVI eram famosos como "salteadores" de roças dos colonos. A caça era feita ora isoladamente, ora em grupo mas cada grupo tinha uma área especial. O arco e a flecha eram os instrumentos usados, havendo-os de três tipos: guerreiro, farpado e para caçar animais pequenos.
